Afinal, o que é e como tratar a visão subnormal?

Milhões de pessoas têm deficiência visual grave e não conseguem desenvolver plenamente suas atividades porque não conseguem acessar e não possuem informações de como reabilitar a própria visão.

Por: Mariana Lourenço

O Hospital Oftalmológico de Anápolis (HOA) entende que os serviços de oftalmologia, incluindo os de reabilitação, deve ser acessível para todos. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) ao menos um bilhão de pessoas convivem com algum tipo de deficiência visual no mundo. Do total da população brasileira, 24% declaram ter algum tipo de deficiência. Entre as deficiências declaradas, a mais comum foi a visual, atingindo 3,5% da população.

O médico oftalmologista, Vinícius Stival informa que segundo dados publicados em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil existem aproximadamente 6,5 milhões de deficientes visuais. “Para entendermos, essa proporção corresponde à quantidade da população do Estado de Goiás, e para além disso, podemos constatar que 80% dos casos de deficiência visual seriam prevenidos com tratamento e diagnóstico oftalmológico adequado.”

O HOA é a única instituição no Estado de Goiás que possui um departamento de visão subnormal. “Este trabalho consiste em um centro de reabilitação para deficiente visual. É necessário entender a diferença entre deficiência visual e cegueira. Deficiência visual é um conceito mais amplo do que a cegueira (deficiência visual é grave) pois, também inclui pacientes com baixa visual moderada, ou seja, visão subnormal. Resumidamente, todo paciente cego é deficiente visual mas, nem todo deficiente é cego,” explica Dr. Vinícius.

A reabilitação

Segundo o médico oftalmo do HOA, o objetivo da reabilitação é aproveitar o máximo da visão residual do paciente. Permitindo otimizar as atividades da vida diária como: estudo, leitura, escrita, prática esportiva, assistir TV, utilizar computador, celular, ler um letreiro, reconhecer pessoas, localização espacial, andar e dirigir no trânsito com mais segurança, por exemplo.

Dr. Vinícius alerta que quando se fala em perda visual, surgem muitas dúvidas. “Primeiro, sempre devemos considerar o olho de melhor visão. Os casos de perda visual leve no melhor olho não necessitam de reabilitação visual. A perda visual é considerada moderada quando a acuidade visual é menor ou igual a 20/70 (menos de 60% de deficiência), ou menos de 20 graus centrais no campo visual. Quando é considerada grave a deficiência visual é pior que 20/400 (menos de 10% de eficiência visual) ou quando diagnosticamos o campo visual central menor que 10 graus”, relata o oftalmologista.

No HOA os pacientes encaminhados ao departamento de visão subnormal são aqueles diagnosticados com perda de visão irreversível. “Os casos reversíveis tentamos restaurar o máximo da capacidade visual do paciente por meio de tratamento médico oftalmológico clínico ou cirúrgico adequado”, informa o médico.

Dúvida

Uma das dúvidas mais recorrentes diz respeito ao paciente com perda de visão em apenas um olho (cegueira monocular) e outro com boa visão (visão monocular). Segundo a OMS este paciente não é deficiente visual. “O paciente monocular, todavia, apresenta algumas restrições para determinadas profissões que exigem boa visão dos dois olhos como: motorista profissional, aeronauta, militar de operações em campo, trabalho em altura, trabalhadores de ambientes com maior periculosidade, entre outras”, lembra Dr. Vinícius.

Sobre os recursos para habilitar e reabilitar

A atuação do oftalmologista na área da baixa visão é parte de um trabalho conjunto com vários profissionais de diferentes áreas, com o objetivo da inclusão social. “A atuação interdisciplinar é fundamental na habilitação e reabilitação da pessoa com baixa visão, e levamos isso muito a sério aqui no HOA. Por exemplo, fazem parte dessa equipe: assistentes sociais, psicólogos, oftalmologistas, ortopedistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educador físico”, ressaltou o médico.

Para você ter uma ideia leitor, existem uma centena de recursos oftalmológicos para reabilitação visual. “De acordo com a classe de função visual deficiente, dispomos de ferramentas para ampliação da imagem, condensação do campo visual e lentes filtrantes para o aumento de contraste. Dentre os materiais de auxílio podemos citar: lupas de mesa, lupas de apoio, lupa eletrônica, óculos esfero prismáticos, óculos microscópicos, telelupas, condesadores de campo e lentes medicinais, entre outros”, informa Dr. Vinícius.

No HAO existe um equipamento denominado Retinomax Nikon k plus portátil, para melhor avaliação do grau refracional e ceratométrico em casos mais difíceis como pacientes idosos, crianças, bebês, deficientes físicos, deficientes mentais, cadeirantes e acamados.

Nosso atendimento

Os pacientes encaminhados só departamento de visão subnormal no HOA são recepcionados com um kit de boas vindas, cortesia que inclui pasta personalizada, quia de leitura (tiposcópio) e manual instrutivo do deficiente visual. É realizada uma avaliação oftalmológica completa do paciente em uma consulta que geralmente pode durar 40 minutos, além do teste das principais funções visuais.

Se você apresenta deficiência visual, ou sente alguma dificuldade visual, saiba que o HOA pode te ajudar a entender, diagnosticar e tratar qualquer dificuldade visual para alcançar uma vida mais próxima da normalidade, com mais autonomia e qualidade.

Agende uma consulta com um dos nossos médicos para avaliar o seu caso e indicar o melhor tratamento médico oftalmológico, seja ele clinico, cirúrgico ou de reabilitação visual em visão subnormal